Observational Reveries

OBSERVATIONAL REVERIES
MARAVILHAS OBSERVADAS E IMAGINADAS
Charlotte Pryce

As maravilhas observadas e imaginadas por Charlotte Pryce, cine-alquimista arrebatada por todas as coisas pequenas e assombrosas, levam-nos a ver diferentemente, através de uma constelação de filmes que se entretecem para reencantar o mundo.

CONCERNING FLIGHT: FIVE ILLUMINATIONS IN MINIATURE (2004)
Sobre o Voo: Cinco Iluminações em Miniatura
16mm /HD, cor, som, 8 min

Um Filme Cinematográfico Composto por Cinco Ficções Breves em Que se Explora o Mistério do Voo de Insectos. Interpretações de Natureza Fantástica e Mitológica São Iluminadas Temporalmente e em Movimento.

Por ordem de aparição:
Suave Respiração ~ Trepidação
Paisagem com a Queda de Ícaro
Saída do Jardim
Conjurando o Pirilampo
Guardiões do Labirinto

DISCOVERIES ON THE FOREST FLOOR (2006)
Descobertas no Chão da Floresta
16mm /HD, cor, mudo, 4 min

Três Miniaturas, estudos Iluminados e Heliográficos de plantas, observadas e imaginadas.
Os títulos Individuais dos filmes são:

Umbra Queimada / Ocre Pálido / Umbra Queimada
A Conversa dos Líquenes num Dia Solitário
Aqueles Cujo Apego à Terra é Apenas Tentativo

PARABLE OF THE TULIP
PAINTER AND THE FLY (2008)
Parábola do Pintor de Tulipas e da Mosca
16mm /HD, cor, mudo, 3' 50 min

Uma flor intoxicante; um insecto metafórico; o alcance de um desejo através dos séculos. O filme é uma busca filosófica embebida em cores luminosas e luz cintilante. Tendo plantado e cuidado a bela tulipa caí profundamente sobre o seu feitiço – uma aflição partilhada por um artista de outro tempo e lugar. Numa beleza tão luxuriosa e efémera, os nossos caminhos cruzaram-se, partilhando o medo (uma recordação – uma mosca) da transitoriedade da vida.

CURIOUS LIGHT (2011)
Luz Curiosa
16mm /HD, cor, mudo, 4 min

Um manuscrito iluminado: as ilustrações retiram-se para a fibra da página: uma luz fugaz dissolve-se na emulsão do filme: uma história elusiva é revisitada.

LOOKING GLASS INSECTS (2012)
Insectos do Outro Lado do Espelho
16mm /HD, p&b, mudo, 4 min

O filme retira o seu título do terceiro capítulo de Through the Looking Glass (Alice do Outro Lado do Espelho) e as ilustrações originais clássicas de Tenniel. Deliciando-se no acto e no jogo de observação, encontra na história original uma metáfora visual para o processo cinematográfico, e faz uso de lupas como ilusão óptica - apontando para os instrumentos utilizados tanto por entomologistas como por cineastas. No entanto, os insectos da história desaparecem, tal como as observações que aparecem na lupa do filme se dissolvem na escuridão quando inclinadas para reflectir o mundo "natural" para além do livro.

A STUDY IN NATURAL MAGIC (2013)
Um Estudo em Magia Natural
16mm /HD, cor, mudo, 3 min

Testemunhar o feitiço de um alquimista: a transmutação da luz em substância.
Um vislumbre de ouro.

PRIMA MATERIA (2015)
16mm /HD, cor, mudo, 3 min

Delicados fios de energia espiralam e transformam-se em misteriosas células microscópicas de pó dourado: eis as partículas luminosas do sonho do alquimista. Prima Materia é inspirado pela assombrosa maravilha de Lucretius: De Rerum Natura. É uma homenagem aos primeiros e provisórios registos fotográficos, que revelaram a natureza extraordinária dos fenómenos que se escondem para além do limite da visão humana.

PWDRE SER THE ROT OF STARS (2019)
PWDRE SER A PODRIDÃO DAS ESTRELAS
16mm /HD, cor e p&b, mudo, 6' 35

O filme retrata um encontro com uma substância misteriosa, luminosa e eléctrica. Inspirado igualmente por relatos medievais de experiências visionárias e pela fotografia do invisível do século XIX, Pwdre Ser junta a fotografia Kirlian (ou Kirliangrafia) com imagens processadas à mão.

Pwdre Ser é o nome galês de uma substância mítica que tem sido observada por muitos desde 1400.

OF THIS BEGUILING MEMBRANE (2020)
Desta Membrana Sedutora
16mm /HD, cor, som, 5' 21

A história desenrola-se na véspera do Solstício de Verão: no dia em que o limiar entre mundos é poroso, e um gesto ocioso pode tentar o destino. Inspirado em The Secret Commonwealth (1671), de Robert Kirk, este trabalho assume a roupagem exterior de um filme sobre a natureza. Mas a observação cede lugar à ilusão e a superfície cede lugar a águas turvas, cheias de escombros daquelas que sucumbiram às suas armadilhas (a Senhora de Shalott, Ofélia). Elas permanecem presas; como advertências ameaçadores da perigosa sedução da beleza e da raiva dos espíritos fugidios que se ressentem de serem examinados.