La Vulcanizadora
María Rojas e Andrés Jurado
María Rojas e Andrés Jurado, membros do colectivo La Vulcanizadora, trazem-nos filmes que activam memórias da resistência rural na Colômbia. Herdeiros de um cinema militante, colectivamente ou em nome próprio, vão tecendo os seus filmes com a matéria que desenterram de arquivos históricos intencionalmente ocultados, revoluções de um só dia, assombramentos, canções e as múltiplas temporalidades de um território perturbado por um conflito duradouro.
FU (2019)
María Rojas e Andrés Jurado
Colômbia
16mm/HD, p&b/som, 9 min
Fu é o deus dos sonhos na cosmogonia Muisca, que era adorado na grande ilha da lagoa "Fúquene", que significa "o leito do deus Fu". Esta lagoa situa-se a 116 quilómetros de Bogotá e tende a desaparecer. Aqueles que aqui nasceram, rodeados pelo "junco" e pela "enea" (plantas que crescem na lagoa), dedicaram as suas vidas a tecê-las.
EL RENACER DEL CARARE (2020)
Andrés Jurado
Colômbia
16mm/HD, p&b/cor/som, 21 min
El Renacer del Carare é um guião de 19 páginas para um diaporama feito por volta de 1987 pela Associação dos Trabalhadores Rurais de Carare (ATCC) e pela CELA Productions. O seu objectivo fundamental era tornar-se um manifesto audiovisual sobre o projecto de vida desta associação. No entanto, o projecto parece ter ficado inacabado: não existem cópias dos diapositivos nem vestígios da cassete de áudio no arquivo conservado pela ATCC, e os seus associados pouco ou nada se recordam. Este filme retoma o guião técnico e dá-lhe vida através de um filme em 16mm, num gesto de recomposição e extensão deste processo de memória histórica.
ABRIR MONTE (2021)
María Rojas
Colômbia, Portugal
16mm/HD, p&b/som, 25 min
A 19 de Julho de 1929, numa povoação da Colômbia, um grupo de sapateiros lutou para melhorar as condições de vida e de trabalho no país. Chamavam-se a si próprios “Los Bolcheviques del Líbano Tolima”. A sua revolução durou apenas um dia, e os seus vestígios foram quase completamente apagados. As mulheres desta aldeia partilham com Aura, uma avó anarquista, o sentimento de que a sua rebelião ainda está em curso.
SIGUIENDO EL CORTE (em curso)
María Rojas e Andrés Jurado
Colombia
16mm/HDV, p&b/som, 40'
Um homem no chão, moribundo e repleto de tiros, repete o seu próprio nome. No exterior do bar, um esquadrão de polícias e de mercenários circunda a rua. Como diz a canção: "A guerra é como um rio onde não se consegue ter pé: é preciso avançar, tentando chegar a qualquer margem".
Trata-se de um documentário expandido que traz para o presente a memória dos guerrilheiros liberais das planícies colombianas e a sua deposição de armas em 1953, encenando com música ao vivo, materiais sonoros e cinematográficos, e histórias recolhidas por diferentes autores, sobretudo pelo sociólogo Alfredo Molano, no final dos anos 80, no seu livro “Siguiendo el corte, relatos de guerras y de tierras”.