AGELASTOS PETRA
Filippos Koutsaftis
(2000)
16mm/ HD, cor, som, 87 min
AGELASTOS PETRA / A PEDRA TRISTE mostra a moderna Elêusis, pequena cidade industrial nos arredores de Atenas que, desde tempos pré-históricos, tem sido associada aos mistérios eleusinos relacionados com o ciclo da vida e que asseguravam aos iniciados esperança e bênção perante a morte. Ali se desenvolveram algumas das maiores indústrias gregas, com consequências catastróficas para o ambiente e para o próprio santuário. Esta cidade, filmada durante dez anos segundo a perspectiva do peregrino, é um lugar sagrado, um monumento e um ponto privilegiado para olhar o mundo exterior à nossa volta, bem como o interior de si mesmo.
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LAST THINGS
Deborah Stratman
(2023)
16mm/HD, cor, som, 50 min
Evolução e extinção do ponto de vista das rochas e de vários outros futuros. A geo-biosfera é apresentada como um lugar de possibilidade evolutiva, onde os humanos desaparecem mas a vida perdura.
O projeto teve origem em duas novelas de J.-H. Rosny, o pseudónimo conjunto dos irmãos belgas Boex que escreviam sobre temas naturais, pré-históricos e especulativos - ficção científica antes de ser um género. O filme retoma a sua visão pluralista da evolução, em que imaginar a pré-história é inseparável de imaginar o futuro. São também centrais os escritos de Roger Caillois sobre pedras, a teoria da Evolução Mineral de Robert Hazen, a Hora da Estrela de Clarice Lispector, a teoria da Simbiose de Lynn Margulis, os cenários multi-espécies de Donna Haraway, a investigação de Hazel Barton sobre micróbios das cavernas e os pensamentos de Marcia Bjørnerud sobre a literacia do tempo. De uma forma ou de outra, todos estes pensadores procuraram deslocar a humanidade e a razão humana do centro dos processos evolutivos. Passagens de Rosny e entrevistas com Bjørnerud formam a espinha dorsal do filme, que é de ficção científica e de factos científicos. As pedras são a sua âncora. Tocar na pedra é encontrar uma duração alienígena. Confiamos na pedra como arquivo, mas mais vale escrever na água. No final, são as partículas que permanecem. (Deborah Stratman)
O Cinema Fulgor agradece a André Dias e Anže Peršin.