Quem tem medo de ideologia?

Marwa Arsanios

WHO IS AFRAID OF IDEOLOGY?
Part I & Part II (2019)

HD, cor, som, 51 min

Nas Partes 1 e 2 de "Who is Afraid of Ideology?” Arsanios aborda as formas de auto-governação e de produção de conhecimento que emergiram do movimento autónomo de mulheres curdas. Para o movimento de guerrilha, a libertação do género, a ecologia e a democracia directa são os pilares da autonomia democrática numa luta militante activa contra grupos ultra-patriarcais. Inicialmente nas montanhas do Curdistão iraquiano e depois na comuna só de mulheres em Jinwar, uma aldeia para mulheres e crianças em Rojava, no nordeste da Síria, a obra explora as possibilidades de uma praxis política baseada numa existência próxima da natureza e no âmbito da luta armada. Construída com base no princípio da auto-sustentabilidade, Jinwar tem como objetivo proporcionar às mulheres um refúgio longe das suas comunidades patriarcais opressivas e acolher aquelas que perderam os seus maridos na guerra. E, finalmente, numa cooperativa no Vale de Bekaa, perto da fronteira síria, que se tornou uma comunidade santuário para refugiados.

WHO IS AFRAID OF IDEOLOGY?
Part III: Micro Resistencias (2020)

HD, cor, som, 31 min

A Parte 3 - Micro Resistencias, passa-se em Tolima, na Colômbia, e centra-se na actual guerra sistémica conduzida por corporações transnacionais contra o aspeto mais ínfimo e essencial da vida: as sementes. O filme liga as histórias da luta das mulheres para preservar o conhecimento ancestral das comunidades indígenas relativamente ao cultivo e proteção das sementes. Apesar de enfrentarem deslocações forçadas, exploração, violência e assassínio, as mulheres indígenas conseguem criar uma forma de autonomia agrícola.

WHO IS AFRAID OF IDEOLOGY?
Part IV: Reverse Shot (2022)

HD, cor, som, 35 min

O último filme desta quadrilogia, Parte 4 - Reverse Shot, examina as questões de herança, posse, propriedade e valor, questionando a política neoliberal de visibilidade e invisibilidade. Para o efeito, Arsanios centra-se numa área específica de terra no norte do Líbano: o olival da sua família que é agora cultivado por uma família de refugiados sírios.

Marwa Arsanios confronta sistemas políticos e socioeconómicos de opressão e exploração há muito estabelecidos, retratando formas alternativas de viver em harmonia com a natureza. As experiências vividas pelas mulheres e as lutas anti-coloniais marcadas pelo coletivismo, pelos cuidados e pela autodefesa tornam-se um exemplo para uma mudança social e política mais ampla.